2006-11-17

Salt & Pepper | Rita Botelho reutiliza


Salt & Pepper é um saleiro e pimenteiro que tem como conceito a reutilização das caixas dos rolos fotográficos Ilford que são deitadas no lixo logo após a sua abertura. Este projecto tem por objectivo prolongar o tempo de vida destas embalagens, aproveitando as suas características formais e funcionais.
Apesar dos objectos reutilizados terem sido concebidos para uma utilização num contexto completamente diferente, as exigências ao nível da dimensão, armazenamento, conservação e diferenciação, são as mesmas.
As diferentes cores das tampas - que correspondem às diferentes sensibilidades dos rolos - permitem criar interessantes conjuntos cromáticos.

9 comments:

[Ariana Aragão] said...

Adorei a ideia! Até pq utilizo imensa película Ilford.

Anonymous said...

Olá a todos os que gostaram da ideia:) Sou a criadora deste projecto de reutilização e faço um apelo a todos os que costumam utilizar rolos Ilford para que me enviem as embalagens para: Rua do trevo, nº4, Quinta do Rouxinol, 2855-206 Corroios. Deste modo estarão a contribuir para que este conceito de reutilização chegue ao maior número de pessoas possível. Obrigado!

Carla Dias said...

Olá, os meus parabéns, admiro essa imensa capacidade de reutilizar os materias :9. O blog está super interessante. Jinhus

Carla Dias

LarapaL said...

e um link na web com os trabalhos da Rita Botelho, não há?

Anonymous said...

Caso não saibam, os plásticos para alimentaçao são dos mais controlados em termos de toxicidade. Tenho a certeza de que o rolo fotográfico não é isento de substânias tóxicas. Quando se trata de reutilizar há que ter cuidado, pois certos produtos nao foram destinados para o uso que depois lhes podemos querer dar.

Anonymous said...

Respondendo ao comentário anterior, tenho a dizer que as caixas dos rolos que utilizo neste projecto são feitas com HDPE (Polietileno de alta densidade) que, tal como o PET, é um dos polímeros mais utilizados nas embalagens alimentares por ser considerado seguro ao nível da sua toxidade. Quando um designer consciente faz um projecto de reutilização tem de ter obrigatoriamente em conta os factores de segurança implicados.

Anonymous said...

Olá Rita tudo bem?

Acho o conceito deste objecto bacano, no entanto acho q nao percebeste bem o comentario do "anónimo" (ou entao nao leste bem).
Ele referiu o material do rolo fotográfico e não o da embalagem.
E de facto ele tem razão porquê? eu no secundário em vez de ir p Historia da Arte, fui p Física e Química (pancadas lol...), e uma das coisas q aprendemos foi: q onde há cheiro existem moléculas de um dado gás, material, etc. E como todos nós sabemos, existem materiais, gases, etc., q permanecem na nossa atmosfera, em solos fertéis, ou em superfícies disto e daquilo... durante anos.
Agora repara, nós ao abrirmos a embalagem do rolo vem logo aquele cheiro do quimico do rolo. O q é q me garante a mim, que aquele químico que ali está nas paredes da embalagem (pq está garantidamente), desaparece com uma lavagem de Sonasol ou de Fairy Ultra ou do q for???
A saúde pública é um bem precioso e frágil. Claro existem estudos disto e daquilo, e que garantem a segurança do PET etc., mas tens algum estudo q te prove q nao ficaram lá resíduos nenhuns dos químicos do rolo?
Conheço-te a ti enquanto pessoa e aos teus projectos, mas tb sei onde estudaste! exactamente no mesmo sítio q eu! E um dos graves problemas da nossa formação é "obrigaram-nos" a invadir campos q nao sao o da nossa profissão nem para a qual temos aptidão nem bases. enquanto lá estudamos somos engenheiros, arquitectos, cientistas, eu sei lá....
existem lá alunos a fazer projectos, q se fossem vistos por profissionais desta ou de outra área específica, até se arrepiavam LOL.
Repara q nao sao críticas q aqui deixei, apenas levantei algumas questões.
Logo no 2º ano em trabalhos teóricos q fiz p tecnologias etc., sempre defendi q o caminho q o Design deveria tomar era o da Ecologia, na qual se insere a reutilização de materiais e outros (é discutível eu sei...). Portanto por mim podes continuar. =P eu deixo LOL =P
Bom tou farto de escrever LOL

Beijinhos e bom trabalho.

Rui Palma
Designer de Equipamento

Anonymous said...

Olá Rui:)

Obrigado por teres tido o trabalho de escreveres o longo comentário.

Antes de mais quero que saibas que, por estar sensível a essa questão, todos os "salt & pepper" que tenho vendido nunca tiveram os rolos dentro das embalagens, logo estão livres de qualquer contaminação. Quem me fornece o material é a própria Ilford.

Tens toda a razão quando dizes que não posso provar com rigor a isenção de qualquer toxidade no caso das caixas reutilizadas. Por esse motivo estou a contactar pessoas especializadas em química para que possa garantir a total segurança deste projecto (como verdadeiro projecto de reutilização). Até lá, acredito estar a mostrar às pessoas que com um bocado de imaginação podemos prolongar o tempo de vida de objectos predestinados a ir rapidamente para o lixo.

É interessante o teu comentário sobre a nossa formação e concordo em parte com ele. Por outro lado, foi essa formação que me deu liberdade para explorar outras vias que sempre me interessaram. Foi essa formação meio "anárquica" que me abriu as portas para outros caminhos menos convencionais do design de equipamento. A partir de agora, a criação de objectos que não "arrepiem" os especialistas das áreas onde me meto, só depende de mim e da formação futura que escolher ter.

Mais uma vez, obrigado pelo comentário e quero que saibas que estou sempre pronta a ouvir opiniões que possam de uma forma ou de outra melhorar os meus projectos.

Beijos,
Rita Botelho

Pedro Teixeira said...

ok então se eu percebi bem... utilização de pequenos recepientes em PET que nunca foram usados para mais nada e não provêm de nenhuma outra fonte e não foram sujeitos a qualquer processo de reciclagem anterior.
reutilização não me parece uma palavra adequada.
além disso apesar de já serem inicialmente embalagens ainda são embalados uma segunda vez.
bem, estou a ser fundamentalista mas não o sendo, gostaria de dar os parabéns à rita por um projecto que considero interessante, não tanto pelo resultado em si mas exactamente pelas questões que coloca em relação à vida dos objectos, pela facto da embalagem ser unimaterial e sujeita a uma alteração mínima por forma a interpretar a nova função, é muito dificil realizar projectos que sejam mais do que isto quando somos nós que temos de arranjar os materiais, tranformá-los e controlar todo o processo acessório, é o design industrial caseiro a beber do handmade droog que se vai adaptando ao nosso contexto e que permite o aparecimento de ideias como estas que certamente irão contribuir para o enriquecimento e crescimento da nossa actividade no futuro.


pedro//designer industrial

 

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